Sunday, December 2, 2007

Bigode gente boa

01.12.07

Os tentáculos do nosso blog se estenderam até São Paulo e Mondrian Alvez, mais um bem-vindo amigo do máquecousa, conta como foi o show do Eagles of Death Metal, a banda que coloca a diversão em primeiro lugar, e não abre mão de um delicioso e animado rock'n'roll.

eaglesofdeathmetal.net
myspace.com/eaglesofdeathmetal


Por: Mondrian Alvez

Vou começar a falar da passagem do Eagles Of Death Metal pelo Brasil direto do backstage. Minutos antes do show, fui conhecer Jesse Hughes, o carismático frontman bigodudo. Fomos apresentados e, logo de cara, ele me pediu um daqueles tradicionais cigarros para relaxar e descontrair o papo. Já estava preparado para uma noite rock'n'roll, e num local reservado em área aberta com uma lua bacana, só podia bater uma brisa muito boa. Nada de entrevistas chatas. Fumamos, bebemos e falamos sobre música e mulheres, verdadeiras paixões estampadas nos olhos e na atitude desse figuraça (ops... de quem estou falando mesmo?). Jesse estava mostrando uns detalhes na barra da calça jeans, uns raios de couro bordados durante sua passagem pela Polônia, quando chegaram os caras da banda. Todos extremamente simpáticos, de verdade, e inesquecíveis. O ogro Brian O'Conner (o cara é um gigante) mostrou sua mão enorme e disse, com voz grave: "I play bass, man... look to my hand... don't forget this!". Impossível esquecer! Mas não fique impressionado, Brian tem um coração proporcional ao seu tamanho. Todos são loucos por rock, tratam bem as mulheres (e se dão muito bem), conversam com todo mundo e valorizam cada momento da turnê, sem demonstrar um pingo de arrogância. É incrível, mas essa vibração é idêntica em cima do palco. Assistindo ao show, fui privilegiado em constatar que os Eagles são as mesmas pessoas que estavam comigo ali no backstage. Eles conseguem se aproximar demais do público, da mesma forma que se comportam sem os holofotes, parecendo não haver barreiras nem falsidade. Após a apresentação escaldante, foram tomar uma ducha para continuar o "social" no backstage. Nada de ir para o hotel descansar, como era de se esperar. Com convidados e alguns fãs selecionados, tiraram fotos, deram autógrafos e bateram muito papo. Com todos, durante umas duas horas. E ainda foram os últimos a deixar o local, como se estivessem recepcionando convidados em sua própria casa. Não deixaram de dar atenção a ninguém, principalmente às mulheres. Vida de rockstar merecida.


Como nem tudo é perfeito, fiquei sem um bom registro fotográfico digno de ser publicado. Neste Festival Motomix, patrocinado pela Motorola, me empolguei (e me atrapalhei) com meu novo aparelho celular. Toda as fotos ficaram escuras... Eu estou aí, com o Jesse Hughes. Mas, para compensar, trouxe os autógrafos do Eagles of Death Metal. Taí a prova de que os caras valorizam cada detalhe:














Jesse Hughes e David Catching

Brian O’Conner e Gene Trautmann


O SHOW
O pouco conhecido Eagles Of Death Metal surpreendeu o público da Clash (SP) nesta quarta-feira (28). A casa estava cheia e ideal para uma verdadeira noite de rock, confortável para curtir o show e com um palco bem montado. Havia uma certa euforia no ar para o início da apresentação, pois os fãs vieram preparados com as músicas na ponta da língua, mas não sabiam exatamente o que veriam no palco. Afinal, os caras do EODM são quarentões, têm apenas dois discos, porém são respeitáveis colegas de trabalho de Dave Ghrol, de Josh Homme (QOTSA) e gravam no saboroso Desert Sessions. A galera sentia um fiozinho de esperança em presenciar alguma participação especial, e um certo medo que a falta da mesma faria. Não faltou nada.
Início de show, entram somente quatro malucos no palco, e nem precisaram tocar uma nota sequer. Somente a presença dos californianos foi suficiente para energizar toda aquela gente. Antes de soltar o primeiro acorde, o eletrificado frontman Jesse Hughes andou de um lado pro outro, olhando no olho dos fãs, com um sorrisão carismático e soltando uns berros. Pronto, estavam todos cativados.
Jesse exibiu seu bigode gigantesco o tempo todo, não parou de mexer no cabelo e no seus óculos escuros. Quando o líder sujo e malvado parecia vaidoso demais para a ocasião, sacou um pente do bolso (de trás) do guitarrista David Catching e penteou as madeixas com grande estilo. Devolveu o pente ao lugar com direito a um tapinha no bumbum de David. Diversão pura, e nada de frescura, esse é o grande lance do Eagles. "The Devil" Hughes comandou o show de ponta a ponta, refletindo na banda uma imagem bem diferente do que o público esperava do estilo. Com o corpo em forma, trocou de camiseta diversas vezes, exibindo estampas variadas como "gangster of love", Hell Angels e Killers (Iron Maiden). E mexeu com as garotas o tempo todo, incansavelmente convidando as "ladies" para uma festinha depois do show (e várias sumiram para o backstage). Ele estava bem empolgado com a grande quantidade de meninas na casa... claro que declarou amor pelo Brasil.
A primera parte do show foi marcada por uma falha inesperada no equipamento, que cortou o som direcionado para o público, causando revolta e xingamentos contra o patrocinador do evento. Na levada contínua do batera Gene Trautmann, o Eagles fez do problema a sua glória: continuaram tocando por mais quatro músicas somente com o som de palco, como num ensaio, no melhor estilo rock'n'roll. Nesta seqüência, foi o momento perfeito para Jesse mandar sozinho Midnight Creeper, e para o gigante Brian O'Conner valorizar o timbre distorcido do seu contra-baixo. Resolvido o problema técnico, o som voltou nervoso, com a galera abrindo rodas de pogo e dando moshes empolgados. O bis veio com Brown Sugar (Rolling Stones) e Beat On The Brat (Ramones). Atendendo a pedidos, continuaram com o hit So Easy e estenderam o repertório para compensar o retorno caloroso dos paulistanos.
A cada intervalo entre as músicas, os EODM conversou e distribuiu para a platéia baquetas, palhetas, toalhas, lenços, as camisetas suadas de Jesse e muitos agradecimentos. O simpático David – gordinho, careca, de lentes azuis e com seus 46 anos –, não deixou barato e quebrou sua Gibson no encerramento, presenteando a galera com um souvenir mais que especial.

Para ficar bem claro: os caras são legais pra caralho, é exatamente isso..
Mais um!
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Mondrian Alvez é guitarrista da banda paulistana Mariposa e sócio do estúdio homônimo. Também escreve mensalmente sobre música para a revista L’Officiel Brasil e para o site Pop Mix, onde assina a coluna STONED. Na coluna, você pode ler alguns dos textos publicados na revista, além de outros comentários chapados de… rock!

popmix.com.br
profile.myspace.com/112594048
myspace.com/mariposarock

1 comment:

Anonymous said...

o cara fumou um com jesse hughes!
o cara fumou um com jesse hughes!
o cara fumou um com jesse hughes!

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