09.05.07
(Song: Elysium - Portishead)
(George Bush Intercontinental Airport - Portuguese mode on)
O Zeeko morreu. Aquele pequenino chiuaua, tão simpático e querido. E a culpa foi minha. Descuidada, deixei ele pular do meu colo e quando caiu no chão quebrou sua patinha. Para que ele pudesse se recuperar e crescer com a pata perfeita, era necessário uma cirurgia para colocar um pino e um cilindro em seus ossinhos. Mas ele era tão pequenininho que não resisiu a anestesia.
Ainda não sei explicar esse sentimento. O Augusto, dono do Zeeko e pessoa que me trouxe até os EUA, teve que passar dias dando comida na boca do pequeno quando ele era bebê, porque o Zeeko teve uma virose muito forte.
Até o incidente da pata quebrada o Zeeko estava forte, esperto e brincalhão. Perfeitamente saudável...
Quem me conhece pode tentar imaginar como me senti quando recebi a notícia. Mas nem eu sei exatamente como estou me sentindo. O que eu sei é que meu coração está menor do que uma ervilha.
Pro Zeeko eu dedico o título de um dos meus discos preferidos.
Agora será sempre o disco do Zeeko.
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9 comments:
Querida Ma, vc não precisa sentir culpa pela morte do cãozinho. Como escrevi anteriomente, foi um acidente, e acidentes são inevitáveis. Jamais vc faria isso de propósito. Hoje seu coração está partido, mas sabemos que vc tem um coração enorme cheio de amor.Nós que estamos em sua volta conhecemos muito bem vc. Beijos e curta sua viagem.Só o tempo vai curar essa dor. Beijos. Brandina.
Bran, muito obrigada. Suas palavras além de lindas, são confortantes. Fico feliz que estejam lendo e curtindo a viagem comigo. Tenho certeza que daqui pra frente vamos só acumular lembranças boas aqui nos EUA. Um grande beijo.
Oi Má...
Não há como negar que é um triste incidente. E não há como negar que não é sua culpa. O que aconteceu tem sua razão, e é assim que deveria acontecer. Cada um tem sua história e seu destino nessa vida. As coisas são como são. Beijo pra você, e divirta-se na viagem!
Ma
Iniciei meu post “A morte é eterna” assim:
“A morte é o único evento absolutamente inevitável e que alcança a totalidade dos seres vivos, mas nós, ocidentais de cultura judaico-cristã, não temos familiaridade com ela; não consta no curso do dia-a-dia de nossas vidas quaisquer práticas, cultos ou ritos que visem enquadrá-la num entendimento racional. Temos pavor dela e tentamos ignorá-la como se não existisse.” É claro, se eu reconheço essa falha na nossa cultura é por que tento “racionalizar” a morte, é só ler os vários textos que produzi a respeito. Contudo, seja por limitação intelectual ou mera falta de argumentos nem sempre consigo meu intento, isto é, algumas mortes fogem à minha racionalização e me afetam profundamente. Que me lembre, produzi quatro “Réquiens” de mortes que não consegui sublimar por meio de raciocínio lógico. O primeiro foi de Henry Polack, que você deve ter conhecido nas ruas do centro de Curitiba tocando seu violino popular e alegrando um pouco a cisuda população da capital dos pinheirais; depois escrevi sobre Steve Irwin, o caçador de crocodilos, sujeito efusivo que punha amor no seu trabalho e levava as pessoas a gostar do jeito dele; em seguida faleceu minha cunhada Helô, a qual vivia de bem com a vida, era iluminada, vestia a camisa da alegria e transmitia otimismo a todos que a conheciam; agora, finalmente, produzi um Réquiem para o Zeeko, cachorrinho simpático e esperto que fazia-nos acreditar que a felicidade é constituída de pequenas coisas, um sorriso por vê-lo alegre ou a satisfação de sabê-lo saudável e buliçoso no tapete da sala. Que têm em comum esses entes falecidos? A ALEGRIA!, todos eram alegres e suas mortes deixaram este mundo tão sórdido um pouco mais triste. Todos vieram ao mundo com a missão de deixá-lo mais agradável, torná-lo mais “habitável” para a maioria dos seres humanos que, talvez, nem o mereçam. O Zeeko se foi e, com ele, um pouquinho das luzes das estrelas se apagaram para sempre, eu ainda não consigo assimilar isso, estou muito triste. JAIR.
Ooooh mãezinha...
todo mundo ai já disse tudo que tinha de ser dito.
Fica bem ai. Aproveita a viagem.
Lembra sempre que vai dar tudo certo no final! =)
Bejo
ama
Ma,
Se a tua consciência diz que você tem alguma culpa pelo infeliz acidente, é você que deve resolver isso, mas,de uma coisa tenha certeza, o Zeeko, onde quer que esteja, já te perdoou.
Amigos, muito obrigada pelo apoio. Estou bem mais tranquila e certa que as coisas acontecem sempre por algum motivo maior. Sigo minha estada aqui nos EUA aproveitando cada momento dessa viagem maravilhosa que, tenho certeza, vou lembrar pelo resto de minha vida. Um beijo a todos!!
Mellon Collie and The Infinite Sadness
Smashing Pumpkins
1995
AKA Disco do Zeeko.
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