Wednesday, November 14, 2007

A sutileza de Sofia

Imagine que você tem quinze aninhos e é filha dos imperadores da Áustria. Aí, mami te manda sozinha pra França, porque você vai casar com o herdeiro da coroa. Tudo isso em mil setecentos e pouco, quando o nariz dos franceses estava no auge do empinamento. Essa é a saga da Marie Antoinette, gente como a gente, que por infortúnio virou rainha da França aos dezoito anos.
E parece que a Maria Antonieta fez o que qualquer reles mortal adolescente com alma boa faria. Montou o guarda-roupa dos sonhos, formou uma tchurma de amigos divertidos e caiu na farra. O universo que ela criou para tentar amenizar a pressão em que vivia é o tema de Maria Antonieta, o último filme da Sofia Coppola.
O filme não é lançamento e muita gente já viu, mas nesse feriado que (pelo menos pelas bandas de cá) só vai chover, a dica é fazer uma visita ao legado da Sofia Coppola. Além de Maria Antonieta, Sofia filmou As Virgens Suicidas e Encontros e Desencontros. Todos filmes peculiares, delicados e diferentes.
Os filmes da Sofia não são apressados, ela gosta de explorar momentos íntimos e reflexivos dos seus personagens e, pra não ficar chato, ela capricha na escolha dos atores, estilo de atuação e na trilha sonora. As músicas de Maria Antonieta são um prato cheio pra quem gosta de rock. Tem Strokes, New Order, Gang of Four... e é incrível como combina com a corte de Versalhes.
Pena que não é fácil ser Sofia. Adoram pegar no pé dela e criticar tecnicamente uma cineasta que está mais interessada em produzir filmes que tenham seu estilo, e sejam um pouco anti-convencionais. Mas ela também tem seus admiradores e, deixando de lado os Framboesa de Ouro que ela levou pela atuação em O Poderoso Chefão III (um filme que, se não fechasse uma das mais importantes trilogias da história do cinema, a gente podia deixar de lado também), a Sofia já foi indicada para muito prêmio e, olhe só, ela é uma das únicas três mulheres no mundo que foram indicadas ao Oscar de melhor direção!
Sofi, me liga. Quero ser sua amiga.

Maratona Sofia Coppola:
As Virgens Suicidas, 1999
Encontros e Desencontros, 2003
Maria Antonieta, 2006

Mulheres indicadas ao Oscar de melhor direção:

Lina Wertmüller, por Pasqualino Sete Belezas, 1976
Jane Campion, por O Piano, 1993
Sofia Coppola, por Encontros e Desencontros, 2003

3 comments:

Marcos Cardozo. said...

Eu também quero ser amigo dela!!!
Ainda mais que gostamos das mesmas músicas e temos "quase" a mesma idade. Né, Má!?!
hahahahaha

Má Mosol said...

Você e ela, que fique bem claro! HAHAHAHA. Eu acho que ela ia gostar de ser nossa amiga!

Augusto Ouriques Lopes said...

Olha, sou chato: O "Encontros e Desencontros" entra na categoria de filmes que queriam ser o que não são.

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